É complicado descrever o que aconteceu por aqui. Logo depois da última postagem, eu tive o primeiro surto da quarentena, que foi apenas prosseguido por outros surtos ainda piores. Posso dizer com muita certeza que eu vivi (e acredito que ainda estou vivendo) os dias mais sombrios da minha vida.
O ponto mais baixo foi setembro. Este mês nunca é grandes coisas para mim, mas em 2020 ele conseguiu ser ainda pior. Eu me sentia intoxicada, completamente sufocada pela minha própria mente e pelas circunstâncias. Absolutamente nada me animava, não estudava e passava o dia todo na minha cama, sem energia para mais nada. Foi neste mês, no entanto, quando comecei a escrever em um diário físico.
Um livreto de capa preta e um pingente vermelho que eu fiz com linhas de costura daqui de casa se tornou a minhha válvula de escape para todos os pensamentos tóxicos, autodestrutivos, esquisitos e aleatórios que eu tenho. Sem dúvidas, manter um diário foi o melhor hábito que já pude desenvolver. Voltei também para a terapia, e isto está me ajudando demais. Aprendi que pedir ajuda e soltar as coisas que ficam dentro de nós não é vergonhoso, e isso me salvou.